Delegado da PF iniciou tiroteio em casa de prostituição, diz funcionário
Dois homens se apresentaram na Delegacia de Homicídios de Florianópolis e prestaram depoimento sobre o tiroteio que matou dois delegados da Polícia Federal do Rio de Janeiro e feriu o dono de um trailer de cachorro-quente, na madrugada de quarta-feira (31). Segundo um dos depoimentos, ao qual o RBS Notícias teve acesso, os tiros teriam partido primeiro do lado dos delegados.
“O mais velho que estava atrás do depoente (…) o puxou pelo braço e efetuou um disparo próximo a sua orelha”, diz o depoimento, segundo o G1.
Outras testemunhas, entre taxistas e garotas de programa que trabalham no local, já haviam prestado depoimento à polícia. Uma das mulheres afirmou que os dois policiais federaischegaram de táxi, embriagados, e que houve uma confusão no local. Esses depoimentos anteriores não afirmavam de onde teria partido o primeiro disparo.
Os dois homens, funcionários do dono do trailer, foram ouvidos nesta sexta (2) na condição de testemunhas e liberados. O dono do trailer, suspeito de ter feito os disparos que mataram os dois delegados, segue internado e ainda não deu sua versão sobre o crime.
Policiais chegaram na madrugada
Em depoimento, uma das garotas de programa, que trabalha e mora na casa, contou que os dois policiais chegaram por volta das 2h, acompanhados por um taxista já conhecido dela. Ela afirmou que um deles levantava a blusa e deixava aparecer uma pistola na cintura. Segundo o relato dela, os dois estavam embriagados e insistiam em querer mais bebida.
Durante a conversa, os dois teriam convidado ela e uma outra amiga, também garota de programa, para acompanhá-los ao hotel onde estavam hospedados, mas elas recusaram. Ainda conforme o relato, os dois insistiram e ela pediu ao taxista que levasse os delegados embora.
Houve uma discussão. Ainda conforme a testemunha, a amiga, os dois delegados, o taxista, o dono de um trailer de cachorro-quente da região e um funcionário dele desceram juntos até a porta. Segundo a mesma testemunha, ela ouviu uma voz dizer: “Pensa com quem estás falando? Aqui é Polícia Federal”.
Depois, outra pessoa gritou: “perdeu, perdeu”, afirmou ela, que em seguida disse ter ouvido uma série de tiros.
O delegado Elias Escobar, de 60 anos, era chefe da Polícia Federal em NiteróI (RJ) e foi atingido por tiros na cabeça e no peito. Ele morreu no local.
O delegado Adriano Soares, de 47 anos, chegou a ir para o hospital, mas morreu em seguida. Ele era chefe da Polícia Federal em Angra dos Reis (RJ). Em nota, a corporação esclareceu que ele apenas abriu o inquérito sobre o acidente aéreo envolvendo o Ministro Teori Zavaski. As investigações estão sendo conduzidas por uma delegacia especializada em Brasília, sem qualquer ligação com o delegado.
03/06/2017